sábado, 20 de setembro de 2014

Da série: Autoras que me inspiram

Você gosta que ela goste de você? Você gosta de carinho? Ser bem tratado? Saber e sentir que ela é apaixonada por você? Você gosta do cuidado e da preocupação que ela tem por você? De como ela se importa com a sua vida. De saber que você está bem. Como ela quer ajudá-lo. E estar ao seu lado. E estar ali, pra dar uma força se, por ventura, você deixar a peteca cair. Se coloque no lugar dela, pelo menos uma vez. Ela está aí porque quer. Porque gosta do jeito que ela é com você. Porque gosta de você. Se não fosse por isso já teria ido embora. Mas não. Ela não quer ir pra outro lugar. Porque ela fica triste longe de você. O mundo fica esquisito e anda de uma forma devagar e lenta sem você. Por isso ela nunca quis que você pensasse em ir. Ela gosta de música, dias bonitos, cachorros, brisa do mar, sol, frio, sentir o vento dançando nos cabelos, rir até a barriga doer, falar besteira, desenvolver “teorias” malucas, filmes, viajar, chocolate, arte, você. No meio disso tudo você sabe quem ela é e como se sente. Ela gosta do seu jeito manso e doce. Do seu lado carente e delicado. E da sua postura de homem firme. E tem ciúmes de você. Ela gosta das suas palavras carinhosas e do seu lado divertido. Do seu jeito infantil de não saber lidar com pequenos contratempos. De como você fica cheio de manha quando está doente. De você como um todo.
Clarissa Corrêa.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Deserto humano

Vontade de voltar pra casa, sabe?!
Não o espaço físico, mas o seguro.
Quem é sentimental demais deveria sair com uma etiqueta de fábrica "Não faça movimentos bruscos".
A gente acaba sentindo demais. Esperando demais. Se frustrando demais.
Acho perigoso alguém não querer se aventurar no sentir, como é igualmente perigoso passear por lá.
Tudo bem que experiências sempre nos trazem algo bom, mas pra quem tem tudo à flor da pele. A intensidade pode causar máculas.
E o mais difícil é saber esse "lidar consigo mesma".
Quando o objeto a ser tratado é você, a coisa muda de figura.
Lembrar, tá ai a areia movediça.
No final a gente acaba tendo o maior defeito e qualidade alocadas na mesma coisa.
E o sentir que deixou de ser confortante, agora machuca?
Agora em que local arruma-lo?
Quando dizer tchau te parece tão certo, mas o coração continua insistindo em novas chances.
Sinceramente, só quero um mar na minha frente e vento no meu rosto.
As coisas sempre se colocam no lugar, não é?
Então, ficaria nesse meu pequeno deserto humano até que tudo resolva fazer sentido novamente.