quarta-feira, 14 de maio de 2014

Conversas

Ela queria lhe falar que foi importante e confuso você ter chegado, que ajudou a etiquetar a desordem sentimental dela.
Ela queria que você soubesse que esperava uma cura e não outro veneno.
Boa parte disso não é culpa sua, são só as expectativas.
Ela não deveria ter desenhado o momento, só se sentado e esperado acontecer.
Ela também, gostaria que você soubesse que cada vez que fala com ela, uma borboleta nova passa a habitar o estômago dela.
Ela é assim. De anatomia estranha. Enquanto nos demais o coração fica do lado esquerdo do peito, ela é todo coração.
Quem diria que uma poetiza iria perder todas as palavras?
Ah menino! Que perigo!
Se você soubesse o tamanho da ambiguidade que representa na vida dela, não sairia por ai distribuindo seu sorrir.
Mas daí você chega num dia que ela abaixou todas as armas e só fala um "oi", sorri e isso muda tudo.
Aquela caixinha empoeirada, onde antes só haviam versos, passa a ter novos habitantes.
Ela, nisso tudo, pode parecer um tanto quanto exagerada.
Mas ela só precisa escrever pra organizar isso tudo fora dela.
É que nada mais faz muito sentido dentro dela, desde que você chegou.

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